quarta-feira, 4 de março de 2015

Da Imagem - Prostituição - por Bruna Veloso






Leitura da Imagem


De acordo com o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, o termo prostituição refere-se à “atividade de quem obtém lucro através da oferta de serviços sexuais”, ao “servilismo degradante” e à “profanação”.

Neste caso, a fotografia ilustra uma prostituta virada de costas a falar com um possível cliente que está com uma cara de excitação e prazer; encontram-se ainda outros elementos como um carro e as luzes noturnas da rua. Em termos cromáticos, é de salientar o impacto que a cor azul do carro adquire na foto e é de realçar também que a foto foi tirada durante a noite, uma vez que é a altura do dia mais propícia a este tipo de negócio. No entanto, a figura da mulher é, sem dúvida, o elemento mais central da imagem, nomeadamente o seu vestido: vermelho, curto e justo para realçar as formas do seu corpo e ser provocante. A cor vermelha é uma cor quente, simboliza a chama que mantém vivo o desejo e é, muitas vezes, associada à tentação.

Esta imagem adquire uma clara função crítica, pois não apenas informa, como também procura desvendar e denunciar situações (mais especificamente, a prostituição).



TEXTO EXPOSITIVO- ARGUMENTATIVO


Para se falar de prostituição, primeiramente deve-se ter presente a sua origem. Na Antiguidade, a prostituição era praticada por meninas como uma espécie de ritual de iniciação quando atingiam a puberdade. No Egito antigo, as prostitutas, consideradas grandes sacerdotisas (portanto sagradas), recebiam honras de verdadeiras divindades e presentes em troca de favores sexuais. Em Roma, as prostitutas eram admiradas, por outro lado, em Israel não eram bem recebidas e era permitido por lei que fossem punidas com a morte. No Cristianismo, esta profissão foi (e é) comummente relacionada com a impureza, sendo, portanto, rejeitada, criticada e condenada pela Igreja.  

Atualmente, o ato de prostituir é ainda uma realidade que é altamente lucrativa e rentável, sendo, por vezes, retratado como um tabu. A atividade de prostituição entre adultos, em Portugal, não é considerada ilegal por si só, não incorrendo em penas nem para os clientes, para as pessoas que se prostituem. No entanto, o fomento à prostituição ou a recolha de lucros pela atividade de prostituição de terceiros é considerado crime de lenocínio, punível com prisão. Recentemente, foi tornada pública uma notícia que denunciava que mãe, filho e respetivos namorados recrutavam mulheres – algumas estrangeiras – para se prostituírem, ficando os quatro com o dinheiro que as mulheres ganhavam após cada serviço (cada serviço podia render até 150€). 

Embora algumas prostitutas pratiquem este tipo de profissão por puro prazer, a grande maioria pratica-o pela necessidade de dinheiro, uma vez que muitas delas não conseguem arranjar trabalho e encontraram neste meio uma solução para arranjar capital suficiente para se sustentarem a si próprias e, não raramente, aos seus filhos. Estas “mulheres da vida” não possuem qualquer tipo de apoio por parte do governo, são bastante propícias a contraírem doenças sexualmente transmissíveis e cada vez é mais frequente ver notícias de prostitutas que foram mortas ou espancadas por clientes, como é o caso de uma prostituta que foi internada após ter sido atacada por dois homens durante um serviço num hotel, no Centro de Belo Horizonte, simplesmente por alegadamente se ter recusado a aceitar o pagamento com cartão. 

Como conclusão, partilho da opinião de que não devemos menosprezar as mulheres que se prostituem, mas sim aqueles que se aproveitam delas. 


Bruna Veloso, 12ºG









Sem comentários: