sábado, 14 de março de 2015

Da imagem – Julgar pela essência e não pela aparência – por Jéssica Barbosa






Leitura da imagem:

Há quem diga que uma imagem vale mais que mil palavras, mas a escolhida vale apenas seis: «quem vê caras, não vê corações» … 

De função crítica, a imagem procura denunciar um grande problema da atualidade, sendo este o facto de as pessoas julgarem as outras pela aparência, e procura inquietar as consciências de cada um para exterminar este defeito do Homem.

Tal como se pode observar, há duas pessoas presentes na foto: de um lado, uma menina e, de outro, um homem. A imagem divide-se em duas partes, duas perspetivas diferentes, de frente e de costas.

Na primeira, de frente, há uma menina, aparentemente inofensiva, bem arranjada e vestida de branco, cor que remete para a inocência, a pureza, a paz. Em contraste, há um homem que, à primeira vista, não parece ser de confiança. Isto devido à sua postura curvada, à sua aparência pouco cuidada, como dá para notar no seu cabelo despenteado, e à cor da sua roupa, o preto, cor que simboliza o mistério, o medo, a morte.

No segundo ponto de vista, de costas, as aparências transformam-se. A rapariga, que parecia inocente, carrega nas suas mãos um machado, símbolo da guerra e da destruição, enquanto que o homem possui um ramo de flores, que transmite alegria e harmonia.

Também com função argumentativa, esta imagem será a minha arma defensiva para a minha tese: deve-se julgar pela essência e não pela aparência.




Texto argumentativo:

Neste tribunal sem fim, que é o século XXI, as pessoas continuam a ser julgadas pela aparência. Esta é uma infeliz realidade e só os mais retrógrados continuam com as suas mentes fechadas. Não é correto o exterior falar pelo interior, no entanto, esta é uma situação muito presente nos nossos dias.

Em Portugal, e em muitos outros países, há uma grande desigualdade de oportunidades devido à aparência. Por exemplo, imaginemos dois sujeitos que se candidatam ao mesmo trabalho e que têm as mesmas classificações, mas um tem tatuagens e o outro é totalmente ‘limpo’. Em vez de se recorrer à solução politicamente correta, vai escolher-se a pessoa sem tatuagens. Isto é, sem dúvida, uma estupidez e uma injustiça. Não é a nossa aparência que define as nossas qualidades profissionais, por isso, nada dependem delas as nossas chances. Os apologistas deste método de seleção deviam pensar que, ao agirem assim, por vezes, estão a perder grandes trabalhadores.

Pior do que este preconceito sobre as pessoas que são diferentes por escolha, é aquele baseado nas distinções biológicas, aquelas que nascem connosco e que não conseguimos contrariar. Este último pode ser chamado de racismo, homofobia, sexismo, etc., dependendo da característica criticada. Quantas vezes vemos criaturas, que vão na rua e veem um negro, e mudam de passeio, pura e simplesmente por medo? É horrível, é, mas é a realidade. Estas pessoas deviam refletir que não são as particularidades físicas que mostram as intenções de cada um. O perigo pode estar em indivíduos iguais a nós, fisicamente. E quantas vezes, nestes últimos meses, ligamos a televisão e vimos casos de polícias brancos que mataram negros sem qualquer desculpa e sem serem punidos? 

Concluindo, os seres humanos têm de agir como se fossem cegos. Deve julgar-se pela essência e não pela aparência porque, às vezes, por se escolher o livro pela capa, perde-se uma incrível história.


Jéssica Barbosa, 12º G

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