domingo, 15 de março de 2015

Da Imagem - A educação escolar no Portugal presente - por Nuno Queirós




 


Leitura da Imagem:

Nesta imagem é possível observar um homem sentado numa cadeira, virado para o quadro de uma escola com um ar pensativo. Neste quadro, está escrito como título “Educação Escolar”, o que nos remete imediatamente para o tema que vai ser abordado. Apesar das muitas questões, que refletem dúvida e inquietação, destacam-se duas palavras “Direito” e “Ideologia” sendo estes os dois tópicos que preocupam mais as pessoas quando discutem acerca da educação.

O facto de o quadro ser a giz remete-nos para uma ideia de intemporalidade, provavelmente porque estas questões já vem de há muito tempo atrás. O quadro verde, em vez do habitual preto, transmite a ideia de esperança de que estas questões têm uma solução.




A educação escolar no Portugal presente


A educação escolar é um tema sempre atual e controverso, dado que estão em causa indivíduos, crianças e jovens, com diferentes personalidades, oriundos de diferentes meios sociais e com perspetivas de vida também diferentes.

No entanto, apesar das diferenças, a oportunidade de acesso à educação escolar deve ser igual para todos, de outra forma não seria ético e acentuaria as desigualdades sociais, cada vez mais evidentes. Tanto mais que a educação proporciona melhoria na vida das pessoas economicamente desfavoráveis. Neste sentido, a educação escolar deve ser livre e um direito de todos. Coloco sérias reservas ao ensino privado por não ser acessível a qualquer um. Além disso, a educação escolar permite o acesso à aprendizagem de ferramentas necessárias, não só à aculturação dos indivíduos, como também à sua preparação para a vida profissional. E é também por este motivo que deve assentar numa base de liberdade e de igualdade de direitos.

No que respeita a questão da ideologia, é evidente que há áreas e disciplinas em que se evidenciam pressupostos ideológicos. É o caso da disciplina de Português. Na verdade, e infelizmente, sabemos que as obras e os autores escolhidos para os currículos de Português dependem quase sempre da ideologia dominante. Veja-se o caso de “Memorial do Convento”, de José Saramago, que passará a ser obra de opção para o 12º ano. Parece-me que tal se pode dever ao facto de se tratar de uma obra que critica o poder e a Igreja. Aliás, a Opus Dei, uma organização da Igreja Católica, tem uma listagem de 33.573 livros proibidos, entre os quais se encontram 79 obras de autores portugueses: José Saramago, Fernando Pessoa, Eça de Queirós, entre outros. “Lista Negra” lamentável! Contrária aos princípios fundamentais da liberdade em educação.

Concluindo, sou a favor da democratização do ensino. Não desejo uma educação escolar que não seja para todos, nem um sistema educativo autocrático.



José Nuno Queirós, 12º C

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