quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A Missão - impressões


Com o visionamento do filme "The Mission" pretendi conduzir-vos numa viagem no tempo, até os dias da colonização portuguesa e espanhola em terras da Amazónia, entre os índios.
"Os índios estão livres outra vez para serem escravizados pelos espanhóis e portugueses" comunicava o enviado do Papa. E foi a favor da liberdade desses índios que o Padre António Vieira escreveu o seu "Sermão de Santo António aos Peixes", esse que vamos agora estudar.

Para início de conversa, partilhem aqui as vossas impressões do filme, as vossas impressões daquela realidade, aquilo que vos tocou (ou não).

domingo, 16 de outubro de 2011

Poemário



Arrancamos com nova temporada do Poemário! Pois, sim, já estamos na temporada 2 desta série de sucesso.
E, para arrancar, que melhor palavra que "começo"?
O poema vencedor foi aquele que a Mayara trouxe, com base nos belos versos de Alberto Caeiro, citados no fim.

Este poema aparece referenciado como sendo de Fernando Pessoa, mas... não me parece. Tal como aquele outro do "pedras no caminho? Junto-as, um dia construirei um castelo", também erroneamente atribuído a Pessoa (quando estudarem Pessoa, para o ano, compreenderão. Não conheço toda a IMENSA e MÚLTIPLA obra do autor, mas cada um dos seus heterónimos, e ele mesmo, têm estilos muito próprios e identificáveis). 
Sim, parece que a sua criação heteronímica continua a dar frutos, para além da sua morte. Isto sim é génio! :)

Aqui fica o poema escolhido, pela positividade da sua mensagem:




Onde você vê um obstáculo,
alguém vê o término da viagem
e o outro vê uma chance de crescer.
Onde você vê um motivo pra se irritar,
Alguém vê a tragédia total
E o outro vê uma prova para sua paciência.
Onde você vê a morte,
Alguém vê o fim
E o outro vê o começo de uma nova etapa...
Onde você vê a fortuna,
Alguém vê a riqueza material
E o outro pode encontrar por trás de tudo, a dor e a miséria total.
Onde você vê a teimosia,
Alguém vê a ignorância,
Um outro compreende as limitações do companheiro,
percebendo que cada qual caminha em seu próprio passo.
E que é inútil querer apressar o passo do outro,
a não ser que ele deseje isso.
Cada qual vê o que quer, pode ou consegue enxergar.
"Porque eu sou do tamanho do que vejo.
E não do tamanho da minha altura."




A propósito, o poema de Alberto Caeiro que inspirou, a alguém, o anterior:


Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo...
Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer
Porque eu sou do tamanho do que vejo
E não, do tamanho da minha altura...

Nas cidades a vida é mais pequena
Que aqui na minha casa no cimo deste outeiro.
Na cidade as grandes casas fecham a vista à chave,
Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu,
Tornam-nos pequenos porque nos tiram o que os nossos olhos nos podem dar,
E tornam-nos pobres porque a nossa única riqueza é ver.



Para o ano, meus amigos, para o ano, falamos ;-)