sexta-feira, 10 de abril de 2009

Ser Português...



Ser português é ser Louco, é ter dentro de si a loucura criadora de D. Sebastião.
Ao longo dos tempos, principalmente na época dos Descobrimentos, os portugueses que se destacaram nas mais diversas áreas têm-se mostrado portadores desta mesma loucura. No entanto, quando falo em loucura, não me refiro à demência mental, nem à quantidade de pessoas que necessita de tomar anti-depressivos e afins. Esses não são os loucos a que me refiro. Refiro-me, sim, àqueles que sonham, àqueles que ousam àqueles que procuram a sua frágil condição humana. Falo, portanto, de todos aqueles “homens do leme” que deixaram as suas famílias para dar novos mundos ao Mundo, dos Reis que enfrentaram o desconhecido e o medo para enaltecer a pátria. Falo de pessoas como Fernando Pessoa, que na sua na sua excentricidade e particularidade e acima de tudo, com a sua capacidade de se transcender, se tornou um dos melhores poetas do século XX.
Na minha opinião, ser português é ser Ousado, Sonhador e Destemido, é sonhar com esses fragmentos de Além, de que nos fala Pessoa, e fazer tudo o que podemos e não podemos para lá chegar, ascendendo, assim, à categoria de imortais. Para mim esta é a verdadeira essência do ser português e do nosso país. Um país de imortais.
No entanto, andando nas ruas deste nosso Portugal, falho em ver o nosso país. Não consigo vislumbrar, a não ser em locais que nos remetem para os feitos de passado, como a Torre de Belém, o nosso país de imortais. Não consigo ver a ousadia do ser português espelhado nos rostos dos nossos cidadãos.
Certamente isso deve-se ao facto de nos encontráramos no nevoeiro, à espera do Encoberto. Vivemos tempos difíceis, de incerteza e desanimo em que o sentido de ser português resume-se aos jogos de futebol da nossa selecção. No entanto, existe esperança, vislumbra-se a luz da manhã nos poucos ousados que triunfam fora do Portugal geográfico.
Esses são os verdadeiros portugueses, os anunciadores do Quinto Império.



Paula Portela, 12º B

domingo, 5 de abril de 2009

À Espera de Alguém


Ser português já não é o que era. Olhando para trás, também eu posso dizer que “sou um português errante a caminhar / Em busca de um país que não se encontra”
Porquê? Interrogais-vos vós, caros leitores. Pois bem, olhai vós para trás. Olhai para o passado e dizei-me: que é feito do meu país? Que é feito das Terras de Luso, a Casa de Viriato e o esforço de D. Afonso Henriques? Não sabeis responder? Pois bem, eu digo-vos porquê. Perdestes a alma de “Ser Português”.
Outrora, ontem, tínhamos rumo, porque ainda viviam aqueles cujas veias transportavam sangue glorioso. Eram eles que nos davam rumo para levar avante aquilo que verdadeiramente era um país: Portugal. Éramos pequenos na Europa, mas tínhamos o mesmo significado que os Mirmidões tinham para a Grécia. Tínhamos imponência e majestade. Mas hoje, nada temos. O sangue que nos corre nas veias está corrompido já. Já não interessa a glória do nosso país. Interessa a glória e poder de alguns. E por isso estamos perdidos.
Àqueles cujo sangue ainda ferve vigoroso, já não resta senão caminhar errantemente. Enquanto não chegar aquele que nos guiará novamente, não encontraremos o nosso país. E haverá algo mais humilhante que Ser Português e não encontrar o país à sua medida?