segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

“Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,

mas não esqueço que a minha vida é a maior empresa do mundo.

E que posso evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas
e tornar-se autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si,
mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.

É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um "não".

É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta .

Pedras no caminho? Guardo todas,

um dia vou construir um castelo... "


Fernando Pessoa


Escolhi este poema especialmente pela mensagem de busca da felicidade e também pelos dois últimos versos, que resumem aquilo que é a nossa vida.
No início do poema, o sujeito poético reconhece ter defeitos, tal como todos nós. No entanto, embora não seja perfeito não se esquece que só ele pode lutar pela felicidade.
Pessoalmente, concordo com este ponto de vista, pois acredito nas capacidades do ser humano. Não me contento com a teoria de que estamos predestinados a ser felizes e infelizes. Acredito na minha auto determinação para fazer as minhas escolhas em busca daquilo que penso que é melhor para mim.
Sujeito poético enuncia aquilo que considera importante para se atingir a felicidade. Mais uma vez reforça a ideia de que tudo depende de nós próprios.
Não posso deixar de concordar com estas afirmações. Muitas vezes as pessoas acreditam ou querem fazer acreditar que são “vítimas da vida”, esperando que sejam os outros a ajudá-las, a decidir e a viver por elas. Penso que as pessoas que se deixam levar por estes tipos de sentimentos nunca conseguiram ser felizes na realidade. É preciso, ter força, vontade, coragem para encontrar o “oásis” dentro de nós, essa força de lutar que nos faz viver.
Em relação aos sentimentos, o sujeito poético refere que não deixemos ter medo deles. Concordo com esta afirmação, embora reconheça que, por vezes, é difícil e até pouco constrangedor falar de nós mesmos e expormos os nossos sentimentos.
No entanto, quando achamos que o devemos fazer, penso que devemos arriscar mesmo que do outro lado a receptividade não seja a melhor. É difícil ouvir um “não” mas, para mim, mais vale arrepender-me de algo que fiz do que ficar a pensar como seria se o tivesse feito.
Penso que as “pedras no caminho”que o sujeito poético refere são os obstáculos, as dificuldades e os erros que vamos cometendo ao longo da vida. Estas “pedras”, embora não representem situações poéticas, devem ser conservadas pois são elas que formam a nossa individualidade. Este “castelo” que o “eu” se propõe construir representa a pessoa humana com todas as dificuldades e experiências pelas quais passou.
Ao ler este poema, apercebi-me de que poderia funcionar como uma lição de vida. Como jovem que sou, ainda com muitos obstáculos para ultrapassar é importante receber este tipo de mensagem de optimismo perante a vida.
Espero ter a força de lutar e seguir o meu caminho, fazendo as minhas escolhas e buscando a felicidade por mim própria. Sem esperar que sejam os outros a faze-lo por mim.

Ana Cristina, 12º C



[texto por editar pela professora]

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