sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

O olhar de Caeiro



O meu olhar azul como o céu
É calmo como a água ao sol.
É assim, azul e calmo,
Porque não interroga nem se espanta...

Se eu interrogasse e me espantasse
Não nasciam flores novas nos prados
Nem mudaria qualquer cousa no sol de modo a ele ficar


(Mesmo se nascessem flores novas no prado
E se o sol mudasse para mais belo,
Eu sentiria menos flores no prado
E achava mais feio o sol...
Porque tudo é como é e assim é que é,
E eu aceito, e nem agradeço.
Para não parecer que penso nisso(...)


Alberto Caeiro




A minha opção pela escolha de um poema de Alberto Caeiro deve-se ao facto de ser um poeta com uma poesia simples e naturalista, o que penso que é o que mais se identifica com a minha maneira de ser. Não optei pela poesia de Fernando Pessoa (Ortónimo), porque foi uma poesia que eu não gostei muito e que não compreendi muito claramente.
Caeiro, no caso concreto deste poema, usa alguns conceitos que ele de resto usa na maioria dos seus poemas, conceitos esses como a Natureza e, principalmente, a visão. No caso da “visão”, esta faz parecer ao leitor uma ideia real do que ele quer transparecer [?]. Ele faz uso deste conceito, por exemplo, no caso do verso “O meu olhar azul como o céu” - com este verso, Caeiro também usa uma figura de estilo muito utilizada por ele que é a comparação. Ele recorre muitas vezes a esta figura de estilo, por ser simples e que, como no caso da visão, também dá uma ideia mais aproximada do real. Com o verso “É calma como a água ao Sol” Caeiro usa o tal conceito da Natureza, quando fala da água e também do sol. Mais uma vez, Caeiro não deixa de usar a comparação.






João Filipe Vilas Boas Aldeia, 12ºA

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