quarta-feira, 17 de outubro de 2007

O "poder" da fé ou dos engenheiros?



O projecto demorou 13 anos, e não admira: 38 mil metros quadrados de área total de edificação, nove mil lugares, e um azulejo de 500 metros quadrados, com quatro tipos de ouro. Pagaram pela obra cerca de 80 milhões de euros com colaborações nacionais e internacionais de prestígio. Foi assim, inaugurada no passado dia 13 de Outubro, a nova basílica de Fátima.
A indignação perante os milhões de euros empreendidos na realização desta obra é cada vez maior. Colocando a falta de crenças à parte e exprimindo apenas a revolta pelo materialismo pelo qual a religião cristã tende a reger-se, tudo isto contraria os princípios de humildade na ajuda ao próximo. Os milhões gastos na edificação desta estrondosa capela, serviriam para eliminar inúmeras epidemias em diversos países de África, com a vacinação dos seus habitantes. Irónico ou mesmo anedótico é o argumento usado pela Santa Igreja, quando tenta camuflar o uso e abuso de milhares de peregrinos, quando alega ser em benefício destes, a criação de " condições mais cómodas e de um abrigo ", de descanso e meditação na fé.
Falando de peregrinos, estes serviriam unicamente como fonte de receita para os rendimentos auferidos ou extorquidos (fica ao critério das consciências), pelas dezenas de engenheiros e afins, que executaram este projecto. E serão eles a assinar o livro de menções honrosas que na posteridade serão consideradas glórias, pelos peregrinos e interessados nesta "história".


Cláudia Marisa Coutinho 11ºE

1 comentário:

Fátima Inácio Gomes disse...

Bom artigo, Marisa! Atenção a alguns pormenores da construção do discurso. Fora isso, equilibraste a parte informativa com a argumentativa, sendo bastante incisiva na componente crítica. Muito bem!