quinta-feira, 15 de março de 2007

O Diabo veste Prada

A escolha do meu livro foi fácil, pois já o tinha em vista, mas andava com um pouco de preguiça para começar a aventura.
"O Diabo veste Prada" é o primeiro romance escrito por Lauren Weisberger, licenciada pela Universidade de Cornell. Este livro é já um enorme sucesso de vendas e agora foi adaptado ao cinema.
O título causa uma certa curiosidade, pois será que o diabo veste mesmo Prada? Isso não sei, mas a história vai de encontro aos ideais das pessoas.
A capa original do livro não suscita muito interesse, causa pouco impacto. Contrariamente, a nova capa (capa criada para a adaptação ao cinema) é uma capa muito chamativa. Apresenta-nos um fundo claro com um sapato vermelho brilhante, em que o salto alto do sapato termina com um tridente.
O livro é autobiográfico, é quase como um diário, mas sem a estrutura dele.
Andrea Sachs, a personagem principal, é uma jovem acabada de sair da universidade, que consegue um emprego fabuloso "pelo qual um milhão de jovens seriam capazes de dar a vida", ou seja, é contratada como assistente de Miranda Priestly (um verdadeiro diabo), a mulher mais influente no mundo da moda. Miranda é, simplesmente, a editora da famosa revista Runway, o que confere às assistentes a possibilidade de, após um ano, poderem escolher uma colocação em qulquer outra publicação. Andrea sempre sonhou ser jornalista do The New Yorker, por isso decide sacrificar um ano da sua vida em "troca" de uma ascensão fulminante. No entanto, como assistente pessoal de Miranda, vê-se forçada a suportar toda uma série de abusos, realizando tarefas que em nada contribuem para a sua formação como jornalista: encomendar-lhe o pequeno-almoço, tratar-lhe da roupa suja que tem de ser enviada para a lavandaria, fazer de motorista para a cadelinha buldogue francesa, preparar-lhe as viagens... Resumindo, Andrea tem de estar disponível vinte e quatro horas por dia para atender os seus pedidos, e, ainda por cima, sempre com um sorriso no rosto e uma atitude de quem esta grata por lhe ser permitido servir tal personalidade! Apesar de ela ter todas as roupas, calçados, acessórios e tratamentos disponíveis para si, será que um ano de sacrifício não é um preço demasiado alto a pagar pelo emprego da sua vida?

De todo o livro, só tenho dois aspectos negativos a apontar:

  • são discriminadas, muitas vezes, as marcas de roupa (Manolo, Gucci, Jimmy Choo, Vogue, Prada, Armani, Vercase, Gap, Channel, Judith Leiber, Calvin Klein, Oscar de la Renta, Dior, Smythson, Bottega Venetta, D&G, etc), algumas das quais eu nunca ouvir falar;
  • a narradora descreve alguma acções muito pormenorizadas, embora a maior parte das vezes não fazia muito sentido, pelos menos para mim, isso acontecer, pois torna-se um pouco repetitiva.

É um livro que aconselho a ler, pricipalmente, ao público feminino, apesar de também ser importante o masculino o ler. O Romance vai de encontro ao que nós valoramos mais.

5 comentários:

Fátima Inácio Gomes disse...

... "nós", quem?... dá-me a sensação que estás a deixar-te levar pelo preconceito: as mulheres é que gostam de roupas, marcas e futilidades... até poderá ser, mas temos de lutar contra isso.

Quanto à análise, está bastante completa, dás-nos uma visão muito clara daquilo que será o enredo. Muito bem!

Li disse...

Sim, a análise está bem feita.
Quanto à parte do "nós"... estereótipos. rótulos. ora bem... isto para mim é um assunto muito complicado, porque existem dois tipos de barbie e dois tipos de ken. Discordo completamente de que as mulheres valoram mais as marcas. Os homens podem nao valorar tanto as marcas que as mulheres valoram, mas, mesmo assim, actualmente, acho que já nem existem disparidades em relação a isso. Mas voltando às barbies e aos kens e às marcas. Existe o tipo de barbie e de ken que SÓ PENSA EM MARCAS e abre a boca e é evidente que não tem liquido encefalorraquidiano nenhum. (adoro esta do liquido encefalorraquidiano) E existe o tipo de barbie e ken, que tem toda a beleza de barbie e ken, e tem a versatilidade suficiente para tanto recorrer a estilos comerciais como alternativos, e quando se exprime tem um universo de inteligência e cultura revestido pelo crânio, e pelas roupas! :D

Cátia Vanessa Bogas disse...

O "nós", nao é as mulheres, é toda a gente. Talvez não me tenha feito entender, mas o valorar a que eu me refiro, não é às marcas, é se valoramos mais ter um bom emprego e tudo à nossa disposição ou estarmos mais unidos com a familia e os amigos.

Anónimo disse...

Olá
Vi o filme ...espectacular

Fátima Inácio Gomes disse...

Ah!... então não te expressaste da melhor maneira... a escrita pode dizer mais do que nós queremos! Temos que a domar om rédea curta! ;)

Quanto ao filme... embora não seja do género que mais aprecie, estou curiosa, porque sei que a Streep está fabulosa!!!