domingo, 18 de março de 2007

Auto da Barca do Inferno




A obra a que me irei referir será “O Auto da Barca do Inferno”, de Gil Vicente.
Este autor nasceu no reinado de D. Afonso V, alguns anos antes, ou depois de 1465 e faleceu entre 1536 e 1540. Ignora-se a profissão e a condição social de Gil Vicente, existindo várias teorias acerca da sua identidade. Sabe-se, no entanto, que alcançou uma situação de prestígio na corte, o que lhe permitiu criticar os usos e costumes, especialmente relativos à nobreza e ao clero. Assim, as suas obras encontram-se repletas de uma apurada crítica social.
A obra “O Auto da Barca do Inferno” é um auto de moralidade, em que as almas, depois da morte, serão salvas ou castigadas. Estas chegam a um cais onde se encontram dois bateis: o do Paraíso, com um Anjo na proa e do Inferno, com um “arrais infernal” e um Companheiro. Por este cais desfilam várias personagens, tais como: o Fidalgo, o Onzeneiro, o Parvo, o Sapateiro, o Frade, a Alcoviteira, o Judeu, o Corregedor e o Procurador, o Enforcado e os Quatro Cavaleiros. Cada uma destas personagens serve de alegoria a uma série de virtudes, mas principalmente de defeitos e vícios criticados na obra. Assim, as personagens-tipo que nos são apresentadas representam a critica à classe social a que pertencem, à tirania, à ambição, ao roubo, à vida mundana, ao não cumprimento dos preceitos religiosos, à corrupção e ao pecado em geral
Pessoalmente, considero esta obra de fácil leitura, pois o tempo dispendido torna-se agradável e divertido. A grande particularidade da obra reside na sua intemporalidade. Deste modo, ao lê-la, conseguimos identificar as personagens com figuras que conhecemos actualmente, comprovando que os pecados morais e os vícios sociais representados na obra ainda hoje se mantêm.
Aconselho a todos a sua leitura pois, sendo uma obra do passado, se torna bastante actual, para além de divertida.




Ana Cristina Novo nº1 10ºC

1 comentário:

Fátima Inácio Gomes disse...

Há uma certa "batotice" no teu comentário, Ana!... é que a obra foi estudada e analisada no ano passado! Todos os teus colegas a conhecem! E a tua abordagem é convencional... pelo menos, para surpreender, poderiaa ter problematizado mais.